Inovar para ir em frente

Inovar para ir em frente

“O processo de inovação, muitas vezes, ocorre em ondas, quando os ambientes social e econômico sincronizam-se em torno de uma oportunidade criada pela tecnologia. Isto ocorreu na década de 1930, com o telefone, na década de 1950, com o automóvel, e na década de 1980, com o computador pessoal. O setor de comunicações está face a uma ruptura semelhante. Assim como no passado, gigantes verticalmente integrados, amarrados a tecnologias e serviços centralizados ou de grande porte, estão sendo suplantados por novatos armados com novas idéias sobre propriedade individual, adoção incremental e rotatividade instantânea. A tecnologia permite esta mudança, tornando a inteligência local mais barata; a sociedade transforma esta capacidade em algo que lhe é útil; o potencial para investimento econômico difuso estimula novas opções. …As empresas podem tornar-se bem sucedidas utilizando pesquisa para “enxergar por detrás dos cantos”, invés de simplesmente seguir sempre adiante.”- Introdução do Programa Viral Communications do MIT-Media Lab, dirigido por Andrew Lippman e David P. Reed, 2003

Andrew Lippman e David P. Reed trabalharam anos com o visionário Nicholas Negroponte, que previu processo de convergência das mídias há mais de 30 anos, fundou o MIT-Media Lab em 1980 e desde 2005 está envolvido até alma com o projeto de educação da Fundação OLPC.

Quando o projeto foi lançado, em 2005, nós consumidores não sonhávamos com a possibilidade de comprar laptops por menos de 3/4 mil reais. Hoje, encontra-se máquinas no mercado por menos de mil reais. Apesar da resistência inicial, a indústria de informática está se benficiando com isso e os consumidores teem a perspectiva real de queda contínua de preços.

Esta foi a primeira vitória de Nicholas Negroponte e seu projeto de educação, cujo foco estará sempre voltado para a base de pirâmide social. O objetivo é educar e incluir digitalmente, que significa inclusão social no mundo globalizado. Na selva amazônica, nas comunidades perdidas dos Andes (vídeo), em Ruanda, país africano cuja herança da colonização ocidental foi o massacre de cerca de 800.000 tutsis e hutus na década de 90.

A história de Zimi

Depois da primeira onda, vem o medo

“Houve uma reação contrária às tecnologias, como por exemplo a reação da indústria fonográfica contra a música digital. Mas acredito que quando se começa a construir uma plataforma aberta, não é possível reverter esta reação e isto dará mais poder à sociedade. Acredito que no final, a sociedade vencerá. No final das contas, as leis são apoiadas pela sociedade – elas não controlam a sociedade. Se você constrói sistemas e plataformas abertas, e os torna amplamente disponíveis, então a sociedade ganhará e manterá sua voz. Por exemplo, o Digital Millennium Copyright Act – uma lei que tornou crimes atos que anteriormente eram apenas pequenas infrações – agora está sendo abrandada. As estruturas legais teem de apoiar as estruturas sociais.” – Trecho de uma entrevista de fevereiro de 2006 de Andrew Lippman.

O cientista do Media Lab refere-se à discussão com qual convivemos hoje sobre os impactos da evolução tecnológica sobre sobre a economia, a política, a sociedade como um todo.

Nada de novo abaixo do Equador: a prensa de Gutenberg estava entre as inovações tecnológicas que contribuíram para a ascensão da economia moderna e o amadurecimento da era industrial. Seus principais produtos – o livro e o jornal – foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniqüidade social ainda incomoda e assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.

 

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