O dilúvio está aí, falta o Noé

O dilúvio está aí, falta o Noé

 

Por Antonio Mendes Ribeiro

Vivemos um dilúvio de informação ou mais precisamente de dados, pois não temos a capacidade de entendê-los completa e plenamente. Isso faz com que fiquemos perdidos na rede, sem aproveitar as  oportunidades que surgem nas nossas navegações. Precisamos, assim, assumir o papel de um Noé do novo século, selecionando espécies significativas  de informação, colocando-as na nossa arca e com isso sobreviver no mundo do entendimento, da interpretação, da reflexão,  o que é essencial para os nossos estudos e até negócios. Podemos dizer que  era de hoje da internet é  dos  letrados em informação. Na verdade temos que ter essa competência, além do domínio das tecnologias, para gerir a informação  que necessitamos. Isto é válido para todas áreas do conhecimento humano, para profissionais mais especializados e até crianças.

Mas  como uma pessoa pode evoluir ao atuar nessa área, que papéis deve assumir? Além de um simples RECEPTOR de informação (leitor de notícias colocadas pelos amigos que seguimos nos microblogs), podemos assumir uma ação mais ativa. Nos colocando como um EXPLORADOR saimos à cata de  informações já publicadas (pesquisando, filtrando, selecionando),  gerando e personalizando nova informação ( quando  a descrevemos e ilustramos, mesmo de forma sucinta, na nossa rede social). Com um passo além podemos nos ligar diretamente à informação de nosso interesse, tornando-nos um INTERAGIDOR (colocando tags nas mesmas e utilizando um ambiente de bookmarking social). Vivenciando esses papéis podemos criar condições para usar a informação, em vez de somente consumí-la, armazená-la, organizá-la e indexá-la. Como um APLICADOR podemos tomar nossas decisões e  resolver problemas da nossa realidade (a partir da criação de  um sentido à massa de informação a que somos submetidos, ao fazermos sínteses, reflexões e  conclusões  usando um blog). Quando assumimos esse nível de experiência na rede, sendo um especialista na nossa área de atuação, temos condições de agir como um CURADOR (disponibilizando informação atualizada e significativa para nossos parceiros, com a utilização das novas ferramentas de curadoria agora disponíveis).

Mas ser um letrado em informação é suficiente? O importante é que sejamos, além disso, capazes com esse tipo de competência de nos colocar  como um agente de inovação em rede. Com esse posicionamento será possível nos contrapor  às mudanças que ocorrem no mundo de hoje, co-construindo conhecimento de forma colaborativa e auto-regulando o nosso aprendizado,  em benefício pessoal , das nossas comunidades e da sociedade em geral.

O professor Antono Mendes Ribeiro, do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, está para lá da encruzilhada do futuro do presente. Há anos atua na rede como um construtor de caminhos. Vale a pena conhecer a sua comunidade de Colaboração e Conhecimento C – 5, na plataforma Peabirus, na qual ele vai mais fundo do que neste depoimento sobre como se informa no dia a dia para não soçobrar.

 

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